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15 Grandes Questões sobre Sismos #15


15. Portugal ficou livre de um grande sismo depois do de ontem?
Não. O sismo de ontem não impede nem atrasa um terramoto como o de 1755, que pode acontecer amanhã ou daqui a 300 anos. O geólogo José Luís Zêzere, do Centro de Estudos Geográficos de Lisboa, explica que o sismo de ontem serviu para libertar a tensão acumulada num ponto, mas que Portugal está numa área muito complexa: o abalo libertou alguma tensão "da mesma forma que se retira um pouco de ar a um balão". E, usando a mesma imagem, acrescenta que "Portugal está numa área em que existem vários balões, que enchem a ritmos diferentes", conclui. Ou seja, vários pontos capazes de originar sismos, como as falhas do banco de Gorringe, a falha Marquês de Pombal, ao largo da costa alentejana ou a falha do Vale do Tejo. Para o geólogo António Ribeiro há ainda a possibilidade de a libertação de energia numa falha significar que se acumula tensão noutra. O especialista acrescenta que, "infelizmente ainda estamos muito longe de conseguir prever sismos ou de saber identificar quando um sismo é premonitório de outro maior". O terremoto de 1755, por exemplo, tem um período de retorno de cerca de mil anos, diz. Ou seja, é provável que aconteça um sismo daquela magnitude em cada período de mil anos. E essa probabilidade não é influenciada pelos pequenos sismos, conclui. Por isso, um abalo como o que destruiu Lisboa no século XVIII pode acontecer amanhã, daqui a 10 anos, ou daqui a 100. Para o geofísico Luís Matias, do Instituto de Meteorologia (IM), é preciso explicar que um grau de diferença, na escala de Richter, corresponde a 30 vezes mais energia libertada e que o aumento é exponencial. Ou seja, dois graus de diferença corresponde a uma quantidade de energia 900 vezes maior. Assim, seriam necessários "muitos sismos de magnitude 6.0 para atrasar ou evitar um abalo mais intenso", conclui o geofísico.
Reflexão:
Na última questão desta série, espero que estejam todos mais esclarecidos sobre os sismos. Algo que nos devia assustar a todos! O risco em que o nosso país se encontra é reconhecido por todos, a preparação que temos para tais catástrofes é reduzida e a prevenção que fazemos é ainda menor. Perante este cenário, parece que estamos colocados nas mãos do destino! Tudo nos pode acontecer e os estragos apenas serão condicionados pela magnitude do sismo!
 


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